Saindo da toca: acusado de receber propina, secretário de Furlan, Cássio Cruz, tá pouco se lixando com denúncia de corrupção ativa, passiva, peculato e formação de quadrilha.
Por Redação
Liderado pelo prefeito de Macapá, Antônio Furlan (MDB), o titular da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura Urbana (SEMOB), Cássio Cleidsen Rabelo Cruz, tornou-se uma espécie de fiel escudeiro para assuntos nada republicanos. Nessa posição, desde 2023 vem sendo denunciado por malversação, peculato, corrupção passiva e ativa, fraudes e formação de quadrilha, todas formuladas pelo empresário Claudiano Monteiro de Oliveira, dono da C.M. de Oliveira & CIA Ltda, primeiro, no Centro Integrado de Operações em Segurança Pública do Pacoval (CIOSP/Pacoval), o que gerou a abertura de inquérito; depois, na Justiça, em depoimento por videoconferência ao juiz Diego Araújo, da 1ª Vara Criminal de Macapá.
Embora alvejado por tantas acusações explosivas, Cássio Cruz segue na SEMOB como se nada tivesse acontecido. Mesmo quando Monteiro de Oliveira disse ao magistrado ter pago volumosa propina ao "chefe do Cássio" (uma referência ao próprio Antônio Fulan) com intermediação do secretário. Aparentemente, o prefeito macapaense não demonstrou nenhum abalo com o gancho que o atingiu em cheio no queixo. Manteve-se impoluto como uma Virgem Maria. E continuou fazendo o que sempre fez: pose de bom moço. Tudo mise en scène.
A relação de Antônio Furlan com Cássio Cruz não parece mais a de um superior hierárquico com seu subalterno. Tanto que as denúncias não trincaram a forte amizade que une os dois homens. Independente da suspeição que paira sobre sua cabeça, Cássio manteve-se intocável no círculo íntimo de seu chefe. O máximo foi ficar algum tempo no ostracismo. Nas últimas semanas, passaram a ser vistos com a mesma frequência de antes, e como um Alexandre, o Grande, e Heféstion, andam sempre juntos.
Possivelmente o emedebista Antônio Furlan não tenha punido Cássio Cruz, exonerando-o do cargo, por considerar a possibilidade de que, com tal ato, estivesse fazendo uma espécie de confissão de co-autoria nos crimes supostamente cometidos por seu mais importante apaniguado.