Escola municipal é abandonada por Furlan e pais exigem reforma imediata

Por Redação
A Escola Municipal Josafá Aires da Costa, localizada no bairro Infraero 1, zona norte de Macapá, encontra-se em total abandono. Não se trata de exagero. Familiares dos mais de 677 alunos, matriculados do primeiro ao quinto ano, estão compartilhando nas redes sociais, por meio de fotos e vídeos, a decadência física e moral da instituição. As imagens mostram a situação desoladora do local: vegetação crescente, lajotas encardidas, calçadas danificadas, refeitório sujo, água escorrendo continuamente do bebedouro e lixeiras repletas de material apodrecido, além de portas e janelas quebradas. Em última análise, o prédio está completamente deteriorado e rodeado por denso matagal.
Diante dessa situação preocupante, os pais dos estudantes estão apontando o prefeito de Macapá, Antônio Furlan (MDB), como o principal responsável pela destruição da EMEF Josafá Aires da Costa. Para eles, Furlan ainda não desceu do palanque armado em 2024, quando disputou a permanência no cargo com as atenções todas voltadas para 2026, ano de eleições gerais. "É um político oportunista", fulminam eles, em tom de indignação.
Alarmados pelo panorama de terra arrasada, os pais dos discentes decidiram produzir um documento coletivo, elencando todas as mazelas resultantes da irresponsabilidade do prefeito macapaense em ignorar o sofrimento da comunidade pelo abandono da escola. Nominado de "Pedido de Socorro", o manifesto detalha todas as dificuldades encontradas na unidade de ensino.
No apelo, a diretora da EMEF Josafá Aires da Costa, Eudenice de Sousa Nobre, também é responsabilizada. "Ela já está há três anos na direção, mas só parece que é gestora. Comparece duas ou três vezes por mês somente para assinar documentos, e, quando aparece, é somente pela parte da manhã, por um curto período. Já aconteceu de os pontos dos servidores serem enviados depois do prazo simplesmente porque a diretora raramente é encontrada em seu local de trabalho. Trata-se de uma gestora que ignora o futuro dos alunos", lamentam.
Para especialistas ouvidos pela reportagem, essa falta de presença e envolvimento da diretora na rotina da escola gera profunda insatisfação entre os professores, funcionários e comunidade. A ausência de liderança efetiva e participativa acaba refletindo no clima organizacional e no desempenho dos estudantes. "É fundamental que a gestora esteja presente, acompanhe de perto as atividades pedagógicas, dialogue com a comunidade escolar e esteja disponível para resolver questões emergenciais. Caso contrário, a qualidade do ensino e o bom funcionamento da escola podem ser comprometidos", alertam eles.
Há quase dois anos, a escola foi beneficiada com uma reforma, agora parece esquecida e negligenciada pela administração escolar e pela Secretaria Municipal de Educação (Semed). Está suja, com matagal alto, banheiros imundos, cozinha e bebedouro impregnados de sujeira. Para agravar o caos, animais como cães e gatos circulam livremente pelos corredores da escola, bebem água diretamente dos bebedouros, defecam nos corredores e os gatos dormem sobre as mesas do restaurante.
"É fundamental que a educação seja prioridade em nossa sociedade, garantindo condições dignas para o desenvolvimento intelectual e social dos estudantes. A negligência com a infraestrutura escolar compromete não apenas o presente, mas também o futuro dessas crianças, privando-as de uma educação de qualidade", alertam os especialistas em ensino público.